4.12.11

Status

Apanhando, ignorando, sangrando, correndo, desesperando, matando, comendo, regurgitando, gritando, mudando, amando morrendo...


20.11.11

Once uppon a time...

Era uma vez um garoto solitário e que vivia triste por ser diferente. Com o tempo ele fez alguns bons amigos, que eventualmente se tornaram pessoas detestáveis, e isso acabou fazendo com que ele ficasse mais triste ainda. Mas um belo dia, ele percebeu que sua tristeza era em vão, pois tinha tudo o que precisava para se sentir bem. Ele então ligou o 'FODAS' e vive muito bem até hoje.



13.11.11

Moving on

Amanhã completarei 19 invernos de vida. Mas quanto tempo eu realmente me recordo, quanto tempo eu realmente vivi? Talvez se eu juntar todos os momentos que me marcaram eu consiga contar um ano, mas temo que não seja suficiente para contar um mês. E é exatamente disso que minha agonia é feita. Da falta de memória principalmente, mas também do desejo carnal, do desespero por aceitação e da completa falta de compaixão. E é esse ciclo vicioso em que me encontro, que me deforma como pessoa, me induz ao erro e me engana sobra as pessoas.
Muitas vezes me indicaram a procurar por ajuda profissional, pois me ajudaria a resolver todos esses "problemas", mas sinto que se eu resolver tudo isso, não sobraria nada para me definir. Há muito não posso ser considerado o palhaço, muito menos o inteligente. Talvez eu continue sendo o sensato, mas essa palavra é só um modo carinhoso de chamar os covardes. E então sobra a tristeza, toda essa angustia que me faz decifrar as pessoas de modo único e sincero, que me faz sentir prazer no irreal e ignorar o real, que me faz sobreviver a essa opressão existencial e que, principalmente, me faz vivenciar os momentos de modo mais profundo e significativo. E então me pergunto, por que mudar? Para me tornar só mais um dentre tanta mediocridade? Eu escolho a infelicidade, por que ela me ensinou que ser feliz não é viver sorrindo as custas da falsidade alheia, mas sim estar de bem com qualquer que seja seu presente.
Me despeço, assim, de meus 18 anos de vida de forma plena e consciente.


17.10.11

Hollow

Me pergunto se seria pedir demais férias da vida. Um tempo sem ter que lidar com nada, apenas para observar e resolver, mesmo que mentalmente, todas as inquietações próprias dos mortais. Seria muito útil poder "pausar" tudo e apenas relaxar. Não relaxar fisicamente, mas sim relaxar do mundo, relaxar das pessoas, relaxar da rotina.
Entretanto eu acho que penso demais. Analiso, repenso e penso de novo. Uma vez um amigo me disse: "você é muito preocupado". Desde então me encontro numa batalha árdua contra o "overthinking", mas não acho que consigo vencer. Porque é tão difícil... tão difícil reverter essa casca, essa armadura de carne que me envolve. Então eu espero, eu espero até que eu descubra um motivo pra me tornar melhor, um motivo pra querer me levantar todos os dias.
É como se eu vivesse em uma grande e enorme névoa cinzenta de vazio. Mas não foi sempre assim. Houve momentos em que eu acreditava estar vivo. Inesquecíveis são aqueles primeiros anos no ensino médio. Foram anos como todos os outros com um pequeno detalhe, mas que fez total diferença: eu gostava de quem eu convivia. O que aconteceu com essas pessoas depois dessa época não vem ao caso, mas sem dúvida conheci grandes amigos, que adoro até hoje, alguns menos, outros mais, mas sem duvida adoro-os.
Mas não vivo no passado e sim no presente. Presente da ausência, da inquietação, da vontade de matar quem eu amo, da vontade de amar quem eu odeio, do medo de mim mesmo, da carência, do vício, do tédio, e principalmente, presente do vazio. Essa é a jornada do sábio, que ao contrário do herói guerreiro, não se fere na carne, mas sangra até a morte pela alma. Há então a seca de vida, seca de arte. Daquelas linhas de grafite sobre o papel, nada surge. Nada relevante pelo menos. As horas de pratica se tornam um castigo, quando se revelam inúteis. Talvez o problema não seja a habilidade de quem cria, porque quando a obra tem pré-determinações, tudo flui como o sangue em nossas veias. Porém nada surge quando o importante é a percepção pessoal. Tudo é cinza e silêncio. Tudo é sem graça, sem gosto, sem rosto.
E no final eu sempre volto ao nada. Não crio, não festejo, não convivo, não sinto, não vivo e principalmente, não choro. E isso me incomoda profundamente. Eu tento, juro que tento chorar. Juro que tento liberar todo esse ódio, toda essa tortura, mas simplesmente não consigo. Eu poderia me apresentar às pessoas da seguinte forma: "Meu nome é Gabriel, e eu não choro a 6 anos". Pode parecer engraçado, pode até parecer um talento, mas tanto tempo nesse vazio te faz acostumar com tudo tanto quanto te faz querer mais e mais uma existência mais real, mais profunda. Mas cheguei a conclusão de que sou daqueles que preciso de algo mais "hardcore" pra chorar. Não no sentido de mais dramático em um nível geral da população. Algo mais significativo pra mim, só pra mim. E esse é o grande problema, como resolver o problema do choro se eu não vivo o suficiente pra chorar, e essa falta de vivência é exatamente o motivo de eu querer tanto chorar? Só posso acrescentar que me sinto em um ciclo vicioso. Ciclo que me guia ao nada, meu amigo/rival, que ao mesmo tempo que me protege da insignificância das pessoas, me confina em uma grande e dolorosa roda de tortura.
Gostaria que tudo fosse mais simples. Mais "clean". Gostaria que as pessoas só cobrassem o que podem oferecer e que não fossem tão medíocres. Gostaria que problemas pessoais (ou no meu caso impessoais) não interferissem na minha habilidade de criação, que é o único alívio pra essa existência tão aleatória e inútil. Gostaria de chorar, não por besteiras, mas pelos belos filmes e músicas que consumo - "vício que criei na tentativa de sentir algo mais". Mas nem tudo é como gostaríamos, e isso está mais do que claro pra mim.
Então eu caminho.
Eu rastejo.
Eu espero.
Eu pereço.
Eu atrofio.
Eu cresço.




13.10.11

Angry = hungry

Agradecemos a seu mundo.
É neste amontoado de pessoas que nos escondemos de nós mesmos.
Nos escondemos de quem realmente somos.
Pois nós somos a lentidão do crescer que dissolve nossa auto estima.
Nós somos a canção que perturba incessantemente a paz.
Nós somos os olhos que julgam os tolos e que cobiçam os sábios.
Nós somos veneno.
Nós somos solitários ao relento.
Nós somos tudo o que não deveríamos.
Nós somos o que a morte teme e o que a vida ignora.
Nós somos puros de humanidade.
Nós somos infestados de ódio.
E estamos infiltrados na rotina da vida.
Destruindo todas as peças fora de ordem.
Varrendo os lares dos impuros.
Criando o caos que vocês merecem.
Criando um mundo o qual vocês certamente não pertencem.
Nós somos os criadores da ordem.
Nós somos os agentes da paz.
Nós somos os seus piores pesadelos.
Nós somos a morte que os espreita.
E nós iremos alcançá-los até o fim.



9.10.11

Present

Hoje acordei com sede de sangue. Com uma necessidade viciante de estar no caminho errado.
Hoje eu queria ter dominado o mundo e criado a república do ódio.
Hoje me deparei com a miséria do presente enquanto fugia do passado. E descobri que o futuro é a única saída.
Hoje me senti vivo, pelo menos até perceber que eu estava dormindo.
Hoje eu digeri meu orgulho e tinha gosto de câncer.
Hoje eu sangrei o vazio que me habita e percebi que o vazio era a única coisa presente.
Hoje eu não irei para o paraíso. Quem sabe para o inferno.
Hoje tudo é preto, branco e cinza apesar da vermelhidão.
Hoje a insanidade é a minha religião. E sou meu próprio Deus.
Hoje há dois de mim, mas um deles se esvai.
Hoje há o silêncio e o nada.
Amanhã será... exatamente como hoje.




3.9.11

Changes

Se eu pudesse mudar o mundo...

Eu baniria as cores, eu faria da alegria um prêmio aos merecedores.
O amor seria algo difícil de se conseguir e a tristeza seria uma moeda de troca.
Céu e inferno teriam endereço, Deus não passaria de folclore e cada um seria sua própria religião.
Gula seria lazer, preguiça seria crime, ódio seria um mal necessário e luxúria seria banal.
Eu mudaria a distribuição das riquezas, faria da família um inimigo público.
Tornaria a educação necessária para a sobrevivência e a violência requisito mínimo para a morte.
Faria da amizade algo importante, que realmente significasse algo e que não fosse superficializada pelo individualismo.
Faria da vida uma jornada de conquistas, e da morte rotina.

Se eu pudesse mudar o mundo, tornaria esse texto tão vivo quanto minha vontade. Faria dessa vida algo que realmente valesse a pena.

Se eu pudesse mudar o mundo...


31.8.11

Fiction addiction

Eu cresci ouvindo que todos buscam a felicidade e a transformam em objetivo de suas vidas. Talvez seja, mas não no meu caso. Os pequenos momentos em que eu pude constatar que eu estava feliz, eram momentos plásticos, criados artificialmente. E então eu conheci o irreal, o fictício. Amor a primeira vista eu diria.
Tudo funcionava intensamente, todos eram complexos e não apenas esses pedaços de carne que se consideram pessoas. E então todos os momentos reais que vivi foram sumindo lentamente. Provavelmente pela minha péssima memória. Mas acho que principalmente pelo fato de que eu não vivi absolutamente nada ultimamente. Salvo alguns momentos em que pude provar alguém, em que pude conviver com alguém que me amava apenas por amar, em que pude me desligar do mundo e viver um pequena fantasia a qual espero que se repita.
A rotina se tornou mecanismo de defesa. Defesa contra o tédio, contra a solidão. E nessa rotina a única coisa que importa é a ficção. Pode parecer frieza (e é!), mas eu perdi a capacidade de me importar com as pessoas, e inconscientemente transferi essa capacidade para personagens fictícios, aos quais eu me apaixono facilmente.
Posso nunca mais encontrar a tal felicidade, mas encontrei a poética da vida, e ela vem na forma do imaginário. E sinceramente... é a melhor sensação que já provei.


15.8.11

Edge of nothing

Eu.
Sucesso.
Rotina.
Solidão.
Dor.
Ficção.
Alegria.
Ressaca.
Vontade.
Desespero.
Indiferença.
Silêncio.
Nada.