31.8.11

Fiction addiction

Eu cresci ouvindo que todos buscam a felicidade e a transformam em objetivo de suas vidas. Talvez seja, mas não no meu caso. Os pequenos momentos em que eu pude constatar que eu estava feliz, eram momentos plásticos, criados artificialmente. E então eu conheci o irreal, o fictício. Amor a primeira vista eu diria.
Tudo funcionava intensamente, todos eram complexos e não apenas esses pedaços de carne que se consideram pessoas. E então todos os momentos reais que vivi foram sumindo lentamente. Provavelmente pela minha péssima memória. Mas acho que principalmente pelo fato de que eu não vivi absolutamente nada ultimamente. Salvo alguns momentos em que pude provar alguém, em que pude conviver com alguém que me amava apenas por amar, em que pude me desligar do mundo e viver um pequena fantasia a qual espero que se repita.
A rotina se tornou mecanismo de defesa. Defesa contra o tédio, contra a solidão. E nessa rotina a única coisa que importa é a ficção. Pode parecer frieza (e é!), mas eu perdi a capacidade de me importar com as pessoas, e inconscientemente transferi essa capacidade para personagens fictícios, aos quais eu me apaixono facilmente.
Posso nunca mais encontrar a tal felicidade, mas encontrei a poética da vida, e ela vem na forma do imaginário. E sinceramente... é a melhor sensação que já provei.


Nenhum comentário:

Postar um comentário